A Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou um comunicado, nesta terça-feira (16), reiterando que considera inadequada a prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de covid-19 em crianças e adolescentes.
A entidade afirmou que não há evidências consistentes e reconhecidas pela comunidade científica da eficácia desses medicamentos para esse uso, e tampouco foram mensurados com exatidão seus possíveis efeitos colaterais.
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Essa recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, divulgada desde 29 de maio, abrange tanto os pacientes que relatam sintomas leves quanto os que desenvolveram manifestações graves, que estão internados em leitos ou em unidades de terapia intensiva (UTIs).
Segundo o presidente do Departamento Científico de Infectologia da SBP, Marco Aurélio Sáfadi, as informações técnicas disponíveis sobre a interação desses medicamentos com a covid-19 ainda são escassas, especialmente em relação a crianças e adolescentes.
“Essa falta de embasamento impede que o médico receite a cloroquina de forma confortável e segura. Sem dados robustos e o devido respaldo técnico, a utilização de qualquer remédio se torna uma espécie de experimentação, que pode trazer mais problemas do que melhorias à saúde”, diz.
A SBP também reiterou que não há trabalhos científicos reconhecidos que confirmem o efeito profilático, ou seja, preventivo, da cloroquina e da hidroxicloroquina, e portanto não devem ser receitadas para evitar a contaminação pelo coronavírus. A prescrição desses medicamentos deve ficar restrita aos pacientes que fazem parte de estudos clínicos que seguem as regras da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
A entidade recomenda a manutenção das medidas de restrição de contato social e de reforço à
higienização, que são as mais eficazes para a prevenção.